quarta-feira, 30 de março de 2016

Repensando relação dos objetos com a lógica programatica

No dia 19 de março  postei um texto referente a minha primeira tentativa de compreensão á lógica programática, percebi que ainda sim estava relacionando os objetos com uma visão finalística buscando sempre um fim determinado individualmente para os objetos. Repensando a lógica programática e também tendo conhecimento de conceitos do Livro Lições de arquitetura como polivalência, funcionalidade e flexibilidade, repensaram a relação entre os objetos da sala, partindo de um principio de que os objetos seriam estruturas que permitiriam trocas, não sendo totalmente programático, mas assumindo uma função pré- determinada, mas que adquirisse infinitos valores adicionais.
   Então, relacionei a caixa transparente com a caneta, a esponja e o anel. Criei uma estrutura onde era possível introduzir coisas verticalmente na superfície da caixa através da esponja. Os pedaços da esponja seriam colocados em cada repartição da caixa transparente, com isso a caneta e outros objetos pontiagudos poderiam ser fixados na esponja. A ideia era criar um suporte articulado, onde as coisas possam ficar visualmente expostas, poderia o objeto servir como um porta lápis, ou como um porta anel, um jogo de argolas, tirando a caneta ou outros objetos que ficariam verticalmente na caixa, ela volta a fechar e pode servir como um molde para coisas que querem ter a forma de cubo. Fica em aberto a utilização desse objeto, porem partindo de um pré-determinado que seria uma caixa .

   Abaixo um simples esboço do que foi pensando, tentando relacionar os objetos não na sua funcionalidade em si, mas utilizando dessas para chegar a outros objetivos:


    Além dessa abordagem, pensei nesses objetos como transportes que mudam um espaço, como na primeira aula de AIA  que os professores  utilizaram das mídias visuais e sonoras para que a turma inicialmente criasse um projeto, através do controle individual de cada aluno do player . Assim cada um controlava seu som, porém o conjunto sonoro era resultado de acasos pre-determinados . Pensei com essa mesma lógica, deixando possível que um grupo de pessoas se apropriem  desses objetos para que possam fazer sons e musica. Esses indivíduos poderiam colocar a tampa da caneta e o anel dentro da caixa para obter um som, poderiam usar a torre para criar um som percussivo no livro, a caneta também poderia ser uma baqueta que tira sons ao entrar em contato com os outros objetos, e o radio poderia ser sintonizado ou não em qualquer frequência poderia estar alto ou não. Tudo isso modificaria um ambiente de um lugar, e esses objetos juntos, poderiam ser usados, por exemplo, em aulas de crianças que tem dificuldades auditivas e de coordenação motora a desenvolver mais seus sentidos, ou poderiam ser usados, por exemplo, para que uma turma de faculdade entendesse a lógica programática, poderiam ser usados para criar sonoplastia de algum programa ou peça teatral, e muitos outros acasos.

   Abaixo um simples esboço da ideia:



terça-feira, 29 de março de 2016

Croquis- Escola de Arquitetura

Croquis - Escola de Arquitetura UFMG

 Um ponto de fuga ( Interna, Corredor 4°andar):

Um ponto de fuga (área externa):



Dois pontos de fuga (Interna, entrada da escola):

Dois pontos de fuga (externa da Escola):

domingo, 20 de março de 2016

Complexo Arquitetônico da Pampulha

A história da região da Pampulha tem origem na atividade agrícola, estimulada para abastecer o Mercado Municipal de uma capital em construção. Porém foi no governo de Juscelino Kubitschek, que a região e Belo Horizonte em si começou a se urbanizar.
O complexo arquitetônico da Pampulha é um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte e foi um pedido do então prefeito da época, Juscelino Kubitschek de Oliveira, ao arquiteto Oscar Niemeyer. O projeto era construir cinco edifícios em torno da lagoa artificial da Pampulha, um cassino, um salão de danças, um clube de elite, uma igreja e um hotel, que não foi realizado. O plano do prefeito era a modernização da cidade, o conjunto pretendia criar na Pampulha um centro de lazer de luxo e atrair as pessoas da alta sociedade para a região.

A Igreja de São Francisco

A Igreja de São Francisco é considerada a construção mais famosa do conjunto arquitetônico da Pampulha. Nessa obra o arquiteto utiliza-se de princípios da arquitetura moderna, fazendo experimentos em concreto armado, criando uma abóbada parabólica, estrutura até então só empregada em obras de engenharia como o hangar de aviões do aeroporto de Orly, em Paris.
O que me atrai mais nesse projeto além da leveza das curvas, é o painel de Portinari.

Imagem:http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=294539

Iate Tênis Clube

Construído em 1942, com o nome de Iate Golfe Clube, o edifício tem o formato que remete a um veleiro passeando sobre as águas da Lagoa da Pampulha, foi construído a partir de um projeto que se diferenciava dos traços utilizados por Niemeyer nos demais edifícios do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, ao dar privilégio as retas ao invés das curvas.
Desse projeto o que mais me chama a atenção é o fato de Niemeyer não utilizar curvas em seu desenho.É perceptível que o arquiteto tem o intuito de capitar a luminosidade do local utilizando dessas janelas em fitas e de utilizar recursos que possibilitem a sensação de que o Clube esta flutuando na lagoa da Pampulha.


Imagem: Histórico Iate Tênis Club

Imagem: Histórico Iate Tênis club -Esqui aquático na Lagoa da Pampulha
 A Casa do Baile

A Casa do Baile é uma construção que se destacava pois apresentava varias novidades arquitetônicas em seu desenho e parecia diferente de qualquer edifício erguido em Belo Horizonte.Ela foi construída sobre uma ilha artificial ligada à orla por uma pequena ponte de concreto, o baile era composto por um salão em forma de círculo e essa forma excluía a existência de quinas, o que facilitava a liberdade aos dançarinos.
Do lado de fora do salão, surpreendia as marquises que acompanham as curvas da ilha, como que se dela fizessem parte que buscou conceder ao concreto o poder de ofertar aos observadores da Casa do Baile tal sensação.
O que mais me atrai nessa obra, com certeza é a leveza das curvas em concreto armado que parecem acompanhar o pequeno lago, apesar de nunca ter visitado, é possível perceber em fotos que Niemeyer utilizou o azulejo português, misturando a arquitetura tradicional com uma extremamente moderna assim como no Museu de Arte.



Museu de arte da Pampulha – Antigo Cassino

Construído em altitude e adentrando a lagoa o museu é avistado de qualquer ponto, não revela suas inúmeras  e minuciosas características de imediato, é preciso percorrê- -lo para apreendê-lo. Resumindo, o projeto parece ser uma montagem de três blocos distintos - dois paralelepípedos e um cilindro - conectados com : rampas, passagens e escadas como esculturas e representam uma versão brasileira do modernismo.
É o projeto que mais me cativou do conjunto arquitetônico da Pampulha. Apesar de ter nascido em Belo Horizonte, e morar na cidade por toda vida, nunca tinha visitado o local. A obra é grandiosa por si só e  cheia de detalhes .O cuidado de Niemeyer em utilizar vidros no piso na entrada do edifício e também no salão do auditório, o uso das referencias de Corbusier nos pilotes ,possibilitando Terreno livre  facilitando o acesso entre o paisagismo e a construção quebrando esse limite de público e privado, o uso de mármores preciosos, revestimentos de aço e espelhos e vários outros detalhes, revelam a sensualidade e o luxo da construção para época.  

Imagem:www.conexaocultural.org

Imagem: Google imagens

Em pesquisa com meus colegas Henrique e Marcus, aprofundamos em debate sobre a Arquitetura moderna e no seu principal fundador Le Corbusier. Observando a utilização de Niemeyer de recursos como fachadas livres ,pilotes, terraço jardim no complexo arquitetônico da Pampulha.
A discussão também girou em torno do arquiteto Corbusier, que foi uma importante figura para a inovação da arquitetura moderna,um visionário, mas que porém esteve ligado a Alemanha nazista, trabalhou no comitê de planejamento da França de Vichy, regime colaboracionista com os nazistas e demonstrava entusiamo as ideias de Hitler e á Itália Fascista, afim de sempre conseguir apoio em políticas de planejamento urbano.

Referências e Fontes

Museu Virtual Brasil:  
http://www.museuvirtualbrasil.com.br/museu_pampulha/modules/news3/article.php?storyid=16

Portal Prefeitura de BH:

http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=regionalpampulha&lang=pt_BR&pg=5484&tax=8538

Pini:
http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/226/artigo275976-3.aspx

Site Império Mineiro

sábado, 19 de março de 2016

Nosso Programa - Vilém Flusser

   Na apresentação do meu objeto (Rádio Vermelho), considerei sua função sonora e sua capacidade de mudar o espaço social de um ambiente comparando essas características com aspectos da minha personalidade. Com isso, relacionei o rádio com a esponja que é um objeto que absorve do meio para si, e com a caixa transparente que guarda e organiza coisas deixando visível sua organização, levando em conta a contraposição da funcionalidade desses objetos com o meu rádio e considerando aspectos que deveriam ser mudados em minha personalidade, estabelecendo assim uma relação finalística, um progresso rumo a um estágio final, segundo Flusser.
   Entretanto, analisando com a visão programática, observei que o rádio poderia estar ligado ou não, sem pilhas, estragado, estar em um ambiente que não recebe sinais de estações de rádio, estar em um ambiente que não propaga som, entre tantos outros acasos que poderiam acontecer e modificaria a sua funcionalidade. A partir disso o Rádio perderia sua função sonora, e poderia, por exemplo, servir de objeto decorativo, apoio de mesa, entre muitas outras utilidades.
   Os objetos que se conectaram ao rádio foram: a miniatura da torre Eiffel, a caneta, o anel e o livro do Harry Potter, todos eles utilizaram a relação finalística para criarem a conexão. Em visão programática as infinitas utilizações que estes objetos estabeleceriam entre si , assume o absurdo. Como por exemplo: a tinta da caneta poderia pintar o rádio e customizá-lo caso ele não ligue ou simplesmente se tornasse decoração, ou o anel poderia ser guardado na antena do radio e ele se tornaria um porta-bijuteria, a esponja poderia abafar o som do rádio, e vários outros exemplos absurdos que podem vir ou não a acontecer.
   Percebo que o texto Animação Cultural e o texto Nosso programa de Villem Flusser , que ambos possuem essa crítica quanto objetivar os aparelhos, limitar suas funções. Com isso Flusser nos motiva a estimular à lógica programática, aceitando o absurdo e interpretando a vivência humana sem propósito e sem causa, assumindo as circunstancias e permitindo que os acasos ocorram.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Visita - Museu da Pampulha

Em visita ao Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte , foi possível perceber os pontos da arquitetura moderna utilizados de forma antropológicas pelo arquiteto Oscar Niemeyer , como: a planta livre,  fachada livre, os pilotes, entre outros.
Niemeyer foi muito detalhista na execução desse projeto, que é um dos melhores de sua carreira. Preocupando-se com iluminação, sensualidade do local, os matérias usados, a acústica do ambiente, sofisticação, entre várias outras minuciosidades realizadas no projeto do que inicialmente era um Cassino.

Croqui realizado no local:





domingo, 13 de março de 2016

Arquitetura x Vestuário - Quais são as diferenças?


Baseada na apresentação dada pelo professor Cabral , ficou evidente que a arquitetura e o vestuário tem funções semelhantes em vários aspectos, os dois  permitem ao homem proteger o corpo do ambiente. Mas o que difere a Arquitetura do Vestuário e vice-versa?

A diferença encontrada por mim inicialmente foi que a arquitetura permite que o individuo se aproprie de um espaço. No inicio das civilizações os nômades descobriram que as peles de animais poderiam proteger do frio, do vento, do sol entre outros agentes naturais, porém só conseguiram se fixar a um local devido as construções e  a apropriação do espaço.

Arquitetura: Apropriação do espaço.
Vestuário: Permite a locomoção , mas não permite a fixação.

Penso , se alguém perguntasse ao professor na sala: Professor , como faço para  localiza-lo ? Onde você mora? Tem como morar em uma roupa?
Outra diferença percebida foi essa, a Arquitetura permite a localização exata do individuo no mundo, coisa que o vestuário não permite. Mesmo se a roupa fosse equipada com GPS, a localização mudaria sempre que o professor se locomovesse.

O Vestuário também, por mais tecnológico que seja não tem grande durabilidade, e consegue proteger somente o individuo que o veste . Já a Arquitetura, além de alta durabilidade, protege um conjunto de pessoas . 

Arquitetura: Durabilidade , proteção de um conjunto de pessoas.
Vestuário: pouca durabilidade, proteção individual.

Na atualidade, o vestuário não apresenta seu  real significado, que seria a proteção. A jornalista Ana de la Nieta Hernández diz que hoje nos vestimos para os outros e  que os gostos pelo vestuário criaram  a Moda e que ela alienadamente diz quem você é, para onde você vai e com quem você anda . A arquitetura também permeia por esse mundo da moda, ditando a posição social do individuo através das características das edificações, porém as construções ainda tem o aspecto de abrigo, refúgio e conforto, de ser o "lar", o que não é percebido pelo vestuário.

O Vestuário permite a interação com a sociedade, seus ciclos de amigos, onde você trabalha, e a Arquitetura é elemento dessa sociedade, é o local onde acontece essa interação. Hospitais, restaurantes, igrejas , prédios comerciais ,todos recebem grande fluxo de pessoas por dia ,enquanto o vestuário permite mostrar individualmente o que a cada pessoa faz nestes espaços. Por exemplo, em um shopping, as pessoas de uniformes e as pessoas com roupas de passeios, todas estão no mesmo espaço, porem interagindo de maneira diferente, a roupa permite perceber o que o individuo faz no shopping, e o espaço do shopping permite que as pessoas desempenhem suas funções.

Vestuário: Interação com a sociedade
Arquitetura: Interação com o espaço.

Com todas as diferenças percebidas, concluo que todas se resumem na apropriação do espaço pelo homem. 

sexta-feira, 11 de março de 2016

Animação Cultural de Vilém Flusser

Antes de começar a analisar o texto é interessante ressaltar como foi impactante a abordagem dos professores no início da aula, utilizando somente de mídias digitais para nos recepcionar em sala. Essa abordagem causou inicialmente estranheza na turma  e essa reação de certa forma tem relação com o Texto de Vilém Flusser , já que cada vez mais a humanidade utiliza-se da tecnologia e funcionalidade dos objetos  e mesmo assim sua utilização ainda nos surpreende.

Meu Colega Daniel Castro analisou o texto ressaltando a dependência da humanidade de ferramentas e a extrema automatização tanto na produção quanto nas atividades que esses objetos executam. Achei sua perscepção similar a minha.No entanto, minha colega Samantha mostrou um argumento contrario ao de grande maioria, sugerindo que os objetos não dominam a humanidade  e sim nos que manipulamos eles em prol de nossos sonhos e desejos.

No fim juntando estes argumentos, percebo que os objetos perderam sua função real e passaram a ser fruto de desejo social, passaram a ser Cultura. Na verdade o que eu desejamos não é o que eu precisamos.

A analise abaixo é  reescrita da original, incrementada pelas ideias dos textos escritos pelos colegas Daniel Castro e Samantha .

" O texto de Vilém Flusser faz uma crítica irônica a dependência da humanidade quanto  aos objetos e ao antropocentrismo, que considera que tudo que existe tem a função de servir aos Homens. Com essa perspectiva o que mais me traiu foi o fato da narradora Mesa , provar para a humanidade sua condição antiga e atual de objeto usando o exemplo do mito da Criação do Homem de barro e relembrando a inexistência de progressão das Ciências sem a existência da tecnologia dos objetos. De fato , o que consideramos Progresso não existiria sem a criação de certos "apetrejos", e a sociedade atual não conseguiria viver sem a utilização destes que facilitam as tarefas do cotidiano. Mesmo com essa facilidade proporcionada pelos objetos, o homem explora pouco suas próprias criações , ficando preso a utilizações obvias e ao comodismo, o que também foi criticado pela narradora. Além disso , o texto mostra a definição de cultura , não como uma cultura acumulativa de bens e sim como um conjunto lúdico. Com isso o texto nos faz refletir sobre o nosso próprio estar no mundo , não com visão antropocêntrica e sim de maneira comportamental, buscando perceber a cultura no outro, equilibrando e explorando a utilização das próprias criações , buscando questionamentos e não habituando-se ao comodismo."