Na apresentação do meu objeto
(Rádio Vermelho), considerei sua função sonora e sua capacidade de mudar o
espaço social de um ambiente comparando essas características com aspectos da
minha personalidade. Com isso, relacionei o rádio com a esponja que é um objeto
que absorve do meio para si, e com a caixa transparente que guarda e organiza coisas
deixando visível sua organização, levando em conta a contraposição da
funcionalidade desses objetos com o meu rádio e considerando aspectos que
deveriam ser mudados em minha personalidade, estabelecendo assim uma relação
finalística, um progresso rumo a um estágio final, segundo Flusser.
Entretanto, analisando com a
visão programática, observei que o rádio poderia estar ligado ou não, sem
pilhas, estragado, estar em um ambiente que não recebe sinais de estações de
rádio, estar em um ambiente que não propaga som, entre tantos outros acasos que
poderiam acontecer e modificaria a sua funcionalidade. A partir disso o Rádio
perderia sua função sonora, e poderia, por exemplo, servir de objeto
decorativo, apoio de mesa, entre muitas outras utilidades.
Os objetos que se conectaram ao
rádio foram: a miniatura da torre Eiffel, a caneta, o anel e o livro do Harry
Potter, todos eles utilizaram a relação finalística para criarem a conexão. Em
visão programática as infinitas utilizações que estes objetos estabeleceriam
entre si , assume o absurdo. Como por exemplo: a tinta da caneta poderia pintar
o rádio e customizá-lo caso ele não ligue ou simplesmente se tornasse decoração,
ou o anel poderia ser guardado na antena do radio e ele se tornaria um porta-bijuteria,
a esponja poderia abafar o som do rádio, e vários outros exemplos absurdos que podem
vir ou não a acontecer.
Percebo que o texto Animação
Cultural e o texto Nosso programa de Villem Flusser , que ambos possuem essa
crítica quanto objetivar os aparelhos, limitar suas funções. Com isso Flusser
nos motiva a estimular à lógica programática, aceitando o absurdo e
interpretando a vivência humana sem propósito e sem causa, assumindo as
circunstancias e permitindo que os acasos ocorram.
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