sábado, 19 de março de 2016

Nosso Programa - Vilém Flusser

   Na apresentação do meu objeto (Rádio Vermelho), considerei sua função sonora e sua capacidade de mudar o espaço social de um ambiente comparando essas características com aspectos da minha personalidade. Com isso, relacionei o rádio com a esponja que é um objeto que absorve do meio para si, e com a caixa transparente que guarda e organiza coisas deixando visível sua organização, levando em conta a contraposição da funcionalidade desses objetos com o meu rádio e considerando aspectos que deveriam ser mudados em minha personalidade, estabelecendo assim uma relação finalística, um progresso rumo a um estágio final, segundo Flusser.
   Entretanto, analisando com a visão programática, observei que o rádio poderia estar ligado ou não, sem pilhas, estragado, estar em um ambiente que não recebe sinais de estações de rádio, estar em um ambiente que não propaga som, entre tantos outros acasos que poderiam acontecer e modificaria a sua funcionalidade. A partir disso o Rádio perderia sua função sonora, e poderia, por exemplo, servir de objeto decorativo, apoio de mesa, entre muitas outras utilidades.
   Os objetos que se conectaram ao rádio foram: a miniatura da torre Eiffel, a caneta, o anel e o livro do Harry Potter, todos eles utilizaram a relação finalística para criarem a conexão. Em visão programática as infinitas utilizações que estes objetos estabeleceriam entre si , assume o absurdo. Como por exemplo: a tinta da caneta poderia pintar o rádio e customizá-lo caso ele não ligue ou simplesmente se tornasse decoração, ou o anel poderia ser guardado na antena do radio e ele se tornaria um porta-bijuteria, a esponja poderia abafar o som do rádio, e vários outros exemplos absurdos que podem vir ou não a acontecer.
   Percebo que o texto Animação Cultural e o texto Nosso programa de Villem Flusser , que ambos possuem essa crítica quanto objetivar os aparelhos, limitar suas funções. Com isso Flusser nos motiva a estimular à lógica programática, aceitando o absurdo e interpretando a vivência humana sem propósito e sem causa, assumindo as circunstancias e permitindo que os acasos ocorram.

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